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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Tratamento contra raiva será definido no Recife

O Brasil começa a definir nesta quarta-feira (11) um novo protocolo de tratamento para a raiva humana. As recomendações das autoridades médicas e sanitárias do País vão ser desenhadas no encontro, que será realizado no Recife, entre representantes do Ministério da Saúde, Hospital Oswaldo Cruz, da Universidade de Pernambuco, outras instituições e o médico americano Rodney Willoughby, que mudou a história mundial da doença em 2004 ao conseguir salvar uma adolescente de 15 anos, nos Estados Unidos. O grupo já se encontra nesta terça-feira (10) na capital pernambucana, para a primeira oficina internacional sobre a enfermidade.

“Vamos adaptar o Protocolo de Milwaukee, elaborado pelo doutor Rodney, à realidade brasileira”, explica o chefe da UTI de Doenças Infecciosas do Oswaldo Cruz, Gustavo Trindade, que coordena o tratamento inovador responsável pela sobrevivência do pernambucano Marciano Menezes, 16, que foi mordido em setembro por um morcego, em Floresta, Sertão do Estado, e encontra-se em recuperação no Huoc. O coordenador estadual de raiva, Francisco Duarte, lembra, no entanto, que se trata de algo muito novo, ainda em fase inicial.

Marciano Menezes foi mordido pelo morcego, mas não recebeu o soro antirrábico e só tomou quatro das cinco doses de vacinas preconizadas para a proteção emergencial. Gustavo Trindade, a intensivista Ana Flávia Azevedo e o infectologista Vicente Vaz, todos do Huoc, se informaram sobre a experiência americana e decidiram aplicar as recomendações ao primeiro caso de raiva que chegasse ao Oswaldo Cruz.

Antes da experiência americana, os doentes com raiva eram sedados para esperar a morte certa. O doutor Rodney Willoughby inovou e conquistou resultado surpreendente. Sua paciente sobreviveu e recuperou-se das sequelas deixadas pelo vírus da raiva no sistema nervoso central. O sucesso da terapia que vem sendo obtida pelos pernambucanos levou o Ministério da Saúde a desenhar nova orientação. Marciano é o primeiro brasileiro que sobrevive à doença. Passou quase quatro meses em terapia intensiva, tem sérias sequelas neurológicas.

A oficina que, será realizada durante todo o dia de hoje no auditório da Faculdade de Ciências Médicas da UPE, é aberta a profissionais de saúde e estudantes da área. Começa às 8h, com a epidemiologia da raiva no Brasil e em Pernambuco. As ações de prevenção e o diagnóstico da doença também fazem parte do programa, que terá como temas principais as experiências de Pernambuco e dos Estados Unidos. O evento irá até as 17h.

Rodney Willoughby chegou ontem ao Recife e já visitou o paciente Marciano Menezes. O adolescente está na companhia dos pais, fala algumas palavras, mas ainda é ligado a um traqueóstomo.


Do Jornal do Commercio
Publicado em 10.02.2009, às 08h25

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