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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Recife tem projetos para melhorar o tratamento do lixo na capital






Na casa de Dona Suzana, 62 anos, professora aposentada, todo mundo já está acostumado. Na área de serviço do apartamento, no bairro do Espinheiro, zona norte do Recife, estão duas latas de lixo: uma é para vidros, sacos plásticos, garrafas PET, revistas; a outra recebe o lixo orgânico e aqueles materiais que não podem ser reciclados. “Eu já faço isso há quatro anos. Virou uma rotina mesmo. Quando alguém que não é da casa chega, como uma funcionária nova, sempre explicamos a importância de separar o lixo”, diz Suzana. A família da professora ajuda a compor uma estatística nacional, que ainda não tem a expressão que o comprometimento do meio-ambiente exige. Segundo dados divulgados pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), instituição sem fins-lucrativos destinada à promoção da reciclagem, o Brasil reaproveita apenas 11% de tudo que é jogado na lata de lixo.
No Recife, a coleta seletiva de “porta em porta” é realizada em pelo menos 45 bairros, que incluem localidades como Arruda, Campo Grande, Cordeiro, Madalena, Boa Viagem e Imbiribeira. O material recolhido – cerca de 130 toneladas por mês - é levado para seis núcleos de triagens, sendo dois deles parcerias com Organizações Não-Governamentais. O esforço é válido, mas não é suficiente para reduzir o desperdício de materiais que poderiam gerar renda e, o mais importante, não acarretar prejuízos ao meio-ambiente, que leva muito tempo – muito além do que imaginamos - para decompor vidro, plástico, embalagens.
Desde 1985, o lixo – domiciliar, cinzas de lixo hospitalar e entulhos da construção civil - produzido por quem mora no Recife e não participa da coleta seletiva é levado para o Aterro Controlado da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes. São 1,9 mil toneladas por dia, cerca de 20 milhões de toneladas de lixo por mês. Depois de tantos anos recebendo os resíduos sólidos, a vida útil do antigo lixão da Muribeca está prevista para acabar em julho de 2009. Sabendo disso, depois de viagens realizadas à Europa, Estados Unidos e Japão, uma equipe da Prefeitura do Recife desenvolveu um novo modelo para a destinação do lixo no Recife. O projeto foi chamado de Lixo Tem Valor.
De acordo com a proposta – que já teve o impacto ambiental discutido durante audiência pública pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), por representantes do Ministério Público Estadual e Federal, órgãos estaduais, municipais e federais das áreas de saúde, meio-ambiente, justiça e direitos humanos e lideranças comunitárias – o lixo recolhido nas casas será encaminhado a um centro de triagem, chamada de Central de Tratamento e Destinação de Resíduos, no bairro da Guabiraba, na BR-101 Norte, uma área de 25.630 m², onde o material reciclado deve ser separado por 600 catadores organizados em forma de cooperativa, trabalhando em três turnos. “A cooperativa vai vender os materiais, garantindo assim a função social do projeto. A concessionária vai manter custos fixos de água, luz e equipamentos para os catadores”, explica o presidente da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana, Carlos Muniz.
Depois disso, o restante, formado por lixo orgânico, material hospitalar e de saúde, pilhas e baterias, irá para duas unidades geradoras de combustível, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, a 31 km do Recife. Nesta etapa, o gás metano – um dos principais causadores do efeito-estufa – será transformado em energia térmica ou elétrica, que poderá ser comercializada para empresas, indústrias, municípios. A tecnologia instalada no Recife permite a produção de 15,78 MW/dia, valor que é capaz de abastecer 144 mil residências com baixo consumo. As sobras do processo de destinação final ficarão em uma nova área de 75 hectares que será construída ao lado do atual Aterro da Muribeca; o local deve receber cerca de 30% a 40% menos do que a quantidade lixo recebida atualmente. “Somente em transporte, vamos economizar R$2,2 milhões por ano, já que a prefeitura não terá mais que levar todo o lixo para fora do Recife”, acrescenta o presidente da Emlurb.
A coleta seletiva realizada de porta em porta também será expandida, porque a Prefeitura do Recife deve investir R$1,5 milhão para ampliar os trabalhos; levando o lixo que pode ser reciclado para os seis centros de triagem, onde os catadores separam o material, vendem e obtém uma renda a partir do lixo. “Há um trabalho social realizado com catadores, desde educação, saúde, higiene e geração de renda para diversas famílias”, diz André Penna, gerente de coleta seletiva da Prefeitura do Recife.
Pelo Projeto Lixo Tem Valor, o consórcio Recife Energia, vencedor da licitação do projeto, deve gerir cerca de 60% a 70% de todo o lixo produzido durante 20 anos, prazo que pode ser prorrogado pelo mesmo período. O investimento para tornar Recife um modelo no sistema de destinação do lixo, foi estimado em R$308 milhões, devendo entrar em vigor até o ano de 2010.


Fonte: http://www.pernambuco.com/comunidade/ambiente.shtml

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